quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eis que enfim setembro rompe em círculos
numa escandalosa cascata de cores
No ar uma estrangeira sensação do bem
burlando esquisitices do velho coração

O céu com seus trigais
amanhece em plataformas douradas
ao alcance das mãos
Suspiros são bem-vindos
alimentados em orquestra de grilos

Todos os açoites ficaram pra trás
A elegia das sombras quedou-se
em labirintos obscuros
e o orgulho da aurora restaurada
é visível no sol deslizante

Oh primavera das consolações
quem não se lembra de ti
quem não clama por ti para sair de grutas

Já agonizei
antes dos teus trigais
Afoguei suplício em taças
prometidas aos deuses
por absurdas e vis revelações

Oh primavera de minhas repetidas esperanças
sela-me os lábios de antigos venenos
salva-me o corpo de honras perdidas
Deixa-me nascer como rainha
e que as fendas do peito
se empapem gostosas com os raios de sol

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