domingo, 18 de agosto de 2013



Hoje, nosso "Roubando" foi buscar a profundidade de Val, para lidar com as emoções, e a leveza do Eduardo para descrever as esperadas manhãs de setembro. No contraponto, a bem-humorada visão do Motta sobre os relacionamentos, o que faz do nosso blog, nesse domingo, um misto de reflexão, beleza e alegria...

De Val Saab

se estou a seus pés
sensível e tola que sou
abandono todas as roupas velhas 
e crenças estúpidas para voltar
a acreditar que o amor 
me abençoa.
olho para dentro e quase posso tocá-lo.
então, me ensina como vivê-lo, como sê-lo
como espiá-lo do lado de fora. 
agora é quase muito tarde,
mas ainda sinto que posso encontrar o que ficou para trás
perdido em algum lugar esmo, escuro, que me machucou.
mas já que o passado é apenas minha própria ilusão
eu te liberto e te dou como sou: nova.

me perdoem os conselhos amigos, as histórias tolas que já ouvi falar.
esta caminhada só eu mesma posso seguir. sozinha. 
é preciso pensar para viver. sonhar para existir. querer para fazer.


De Eduardo Magrão Menezes
MANHÃ DE SETEMBRO 
Sinto o amor de Deus
Na manhã primaveril, 
Que consigo traz
O desajeitado, mas
Bailarinamente sutil,
Vôo da borboleta,
Que efusivamente
ameaça rasantes,
Rumo ao lindo
E mais que perfeito,
Lilás, rosa e amarelo
Amor-perfeito,
Que banhado em orvalho
Recebe o extasiado beijo,
Da bela, colorida e
Apaixonada borboleta!

Olho ao céu
E fico em dúvida,
Se enxerguei uma fada
Com vara de condão,
Ou consegui ver Deus
De batuta na mão,
Regendo sorridente
Sua orquestra colorida,
Na manhã primaveril.


De Paulo Motta
O cara chega em casa e leva uma bronca da mulher, que encontrou um numero de telefone anotado num papel. Ele consegue - o amor supera tudo - convencê-la de que o número é de um páreo que ele apostou, e mais conversa fiada, e ela meio que se convenceu, pronto! No outro dia ele entra em casa e é recebido pela esposa com um cinzeiro que quase lhe parte a cabeça como uma melancia. "Mas o que quiéisso, meu amor!". "Acontece que teu cavalo ligou!". O amor sempre sofre desgastes na medida em que avançamos na convivência diária. Coisas que eram divertidas passam a serem irritantes, como a tua mania de sair do banho trajando apenas uma toalha feito turbante. "Deixa de palhaçada e vai te vestir que estamos atrasados", aí tu já fica puto! "E vem secar esse banheiro que não sou tua empregada!". O amor desgasta que nem picolé se não houver jogo de cintura e, muitas vezes, abrir mão de ter razão pra ser feliz. Olha só eu falando muito sobre o que sei pouco. Lembro a velha historinha do casal de namorados, no jardim, curtindo a lua e ela pergunta: "Gatão, por quê a lua se escondeu?", e ele: "Se escondeu envergonhada da tua beleza, minha Pixuxinha!". Depois de casados, estão no mesmo jardim, ela faz a mesma pergunta. Ele responde: "Não tá vendo que vai chover, idiota?". Mas o golpe de misericórdia é quando um se refere ao outro assim: "Estávamos eu e esse aqui na praia...!. Esse aqui ou essa aqui é mortal. Não há Gatão e Pixuxinha que aguente esse golpe! Mas vamos lá, mais um remedinho e retorno ao alegre convívio de meus coleguinhas. Tiau!

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