terça-feira, 27 de agosto de 2013

Se pelas ruas da cidade
eu também parir meus feitos
posso tumultuar o trânsito
por algumas horas

Uma vida que não foi emprestada
de ninguém
de nenhum modismo
ou lei
ou preocupação alheia
mas com tanto sangue
que entope os ralos da cidade
e com tanta luta 
que movimenta carros e rostos 
para além desse caos interior

Posso parir meus feitos
duas três vezes
e não vão faltar esquinas e desvios
em que tentem estancar a voz que nasce
Mas a poesia de causas e efeitos
que se avoluma sobre a cidade
nasce poderosa
como uma tempestade
E repentinamente
se estanca e vibra
como um luminoso dia de verão


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