sexta-feira, 19 de julho de 2013

CAMILLE CLAUDEL 

Leio hoje, com enorme expectativa, que vai ser lançado em agosto o filme Camille Claudel-1915, direção do francês Bruno Dumont, protagonizado pela maravilhosa Juliette Binoche. Nada a ver com Camille Claudel, de 1988, inesquecível papel de Isabelle Adjani, filme que trilhou a vida dessa que foi a maior escultora de sua época e seu conturbado relacionamento com Auguste Rodin, até sua internação, em 1913, onde ficou reclusa por 30 anos, até sua morte em 1943.
Esse novo filme tem dois momentos: um lida com o sofrimento da inadaptação de Camille ao sanatório, em 1915, à espera de notícias do irmão ausente, Paul Claudel, para quem escrevia cartas comoventes em seus momentos de lucidez. E após, quando se dá conta de que nunca mais vai sair de sua reclusão, a busca da quase inacessível paz interior.
Faz 70 anos de sua morte e exatos cem anos que Camille Claudel foi internada à força, tirada de seus gatos e de suas miniaturas que, à medida que a doença avançava, iam sendo destruídas no instante que eram concluídas. Sua última obra exposta data de 1906. As duas obras que posto são A Onda, de 1897, bronze e ônix (62x56x50cm) e O Gato, de 1893, bronze (5,5x13,5x9cm)
A loucura, com suas garras oportunistas, muitas vezes assombra os artistas e sua enorme sensibilidade. Até início do século XX, com a falta de tratamento específico, muitas vidas e muita arte se perdeu, pela ausência de tratamento específico, pelo preconceito, pela reclusão e pelo abandono que, invariavelmente, os artistas "loucos"sofriam. Camille foi afastada de sua arte. A Van Gogh foi dada a oportunidade de continuar pintando, mesmo internado. E Edvard Munch negou-se ao tratamento, por temer o fim de sua sensibilidade. Mas a nenhum foi dada a oportunidade que hoje temos e que iniciou com Freud, de terapias e novos medicamentos, que atenuam e até põem fim aos sofrimentos psíquicos. E a sensibilidade, enfim, deixou de ser um carrasco!...




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