quinta-feira, 27 de junho de 2013

EXISTE MAIS VIDA NO SUL DO EQUADOR
Confesso que já estou um pouco cansada do feed de notícias, de minha página no Facebook. Reconheço a importância do movimento de protesto que se levantou no país. Reconheço sua necessidade e os benefícios que pode trazer, principalmente a longo prazo. Mas os slogans já começam a ficar repetitivos e fogem do foco principal, que é o de lutar pela moralização na política. Se ilude quem pensa que o mensalão é o único vilão. Ele só foi mais um - e desta vez altamente divulgado pela facilidade de informações - nos desvios de conduta gerados pelo poder. A despeito do que pensam os saudosistas, a corrupção foi enorme no regime militar, a ponto do próprio Castello Branco dizer "0 problema mais grave do Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar". Medalhas a torturadores, "mensalões" a empresários que auxiliassem na caça às bruxas, desvios de verbas na construção da Ponte Rio-Niterói e Transmazônica, obra nunca concluída (A corrupção correu solta durante a ditadura - Postado por Juremir Machado em 7 de junho de 2012 e Moralismo Capenga, por Heloisa Maria Murgel Starling, em 23 de março de 2009). Sem contar o autoritarismo extremo, que jamais nos deixaria vivos se falássemos o que falamos hoje.
E por aí vai... Quem não se lembra das atrocidades do Collor da Dinda?Ou dos Anões do Orçamento? Ou da farra do TRT de São Paulo? Ou do Banco Marka? Ou dos Vampiros da Saúde? Ou da fraude do Banestado, do Paraná? E poucos foram punidos. Ou se foram, já voltaram...
Isso é que me entristece. Essa corrupção inerente à política brasileira. Esse jeitinho brasileiro que tão ardentemente combatemos e tão facilmente esquecemos, quando andamos acima da velocidade, entre um pardal e outro, quando andamos de bicicleta na mão contrária, na ilusão de segurança nossa e dos outros. Quando levamos um suvenir, em viagem, sem licença, dizendo, já estamos pagando por isso. Quando não devolvemos um troco errado. Quando tentamos baratear um preço justo, etc, etc, etc
Por isso, essa guerra de "bandeiras", pelo Face, está me cansando. Porque o que precisa ser mudado é muito mais do que nomes.
Sigo então com meus poemas e peço que voltem os comentários sobre livros, filmes, teatro, música, artes plásticas, a cultura em geral como troca principal, pois esse sim é um gigantesco movimento capaz de mudar a filosofia de um povo.

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